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24/07/2016 às 10:07, atualizado em 24/07/2016 às 10:53
Temporada de visitas agendadas está aberta até 15 de novembro. Desenvolvido pela Emater, projeto tem dez propriedades rurais participantes, como a chácara da família de Custódio da Silva
A cerca de 40 quilômetros da Rodoviária do Plano Piloto, dez famílias produtoras do Núcleo Rural Rajadinha, em Planaltina, abrem suas propriedades para visitas agendadas até 15 de novembro. Elas participam da terceira edição do Circuito Rajadinha — proposta criada em 2014 pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) para unir o turismo rural à venda de mercadorias da agricultura familiar.
Pássaros exóticos, produtos orgânicos e plantas ornamentais são algumas atrações do roteiro. Logo na entrada do circuito, na margem esquerda de quem chega pela DF-130 vindo da zona urbana de Planaltina (veja mapa abaixo), a família de Custódio Fernandes da Silva, de 70 anos, dá as boas-vindas. Primeira do trajeto, a Chácara Flora Brasília tem como carro-chefe a pata-de-elefante, espécie usada em ornamentação e de crescimento lento, com o caule externo e semelhante à pata do animal. Na fase adulta, chega à média de 5 metros de altura.
Nos dois dias da feira, convidados de fora do circuito também podem expor produtos. “Sempre quisemos incentivar os vizinhos a se unirem e fazerem um evento para trazer as pessoas até aqui, em vez de levar para vender fora”, conta o uruguaio radicado em Planaltina há 41 anos. A ideia se concretizou com a participação da Emater-DF.
O Circuito Rajadinha faz parte de uma proposta maior, o Caminhos Rurais do DF. A intenção é que outras regiões também criem roteiros de turismo rural. “Não queremos promover só o intercâmbio deles com os turistas. Queremos melhorar a qualidade de vida dessa população”, afirma Zaida Regina da Silva, turismóloga da Emater-DF. Além de construir o projeto, a empresa pública auxilia os produtores com cursos de capacitação, por exemplo. A ideia é que os produtores locais passem a administrar o circuito por conta própria. “Nós montamos para eles se organizarem e depois tocarem o projeto”, explica Zaida. O agendamento das visitas é feito diretamente com os proprietários rurais, por telefone (veja arte acima).
Na reta final do roteiro, o visitante pode parar na Freiman Jardins, onde é possível comprar ou alugar plantas. A família também oferece serviço de paisagismo. “Damos opções para o cliente e criamos o ambiente de acordo com o que for mais adequado para o evento dele”, conta Marília Freiman, de 30 anos, que seguiu os passos do pai, dono da propriedade, e se especializou em paisagismo e gestão ambiental.
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Apaixonada por bromélias, Marília trata como xodó as mudas ainda nem germinadas. Ela também se dedica a tratar como pacientes as plantas que retornam de aluguéis. Para essas há até uma “casa de recuperação”, onde elas recebem cuidados extras. “Não pode estressar a planta”, defende a jovem.
Última das dez chácaras, a Isasbelas promove a integração. A dona, Lázara Sousa, de 59 anos, oferece o espaço de lazer — com churrasqueira, piscina, dois cômodos e jogos — para aluguel. Em parceria com Ilcanã Bessa, de 56 anos, moradora da região, incluiu o serviço de alimentação.
“No futuro, a gente pensa em fazer uma trilha em volta de um córrego que passa nos fundos da chácara”, planeja Lázara, que, ao se aposentar, trocou o Plano Piloto pela tranquilidade da área rural.
Edição: Marina Mercante