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26/07/2016 às 18:18, atualizado em 08/12/2017 às 09:40
Peças educativas visam conscientizar a população sobre como prevenir queimadas. Mais de 95% dos casos ocorrem por ação humana intencional ou acidental
O combate a incêndios durante o período de seca no Distrito Federal ganhou reforço com o início da veiculação de peças educativas produzidas pelo governo de Brasília para conscientizar a população. Foram feitos anúncios para televisão, rádio, jornais impressos, outdoor e internet que abordam métodos de prevenção e de como agir diante de um episódio de queimada.
A campanha está prevista para ser divulgada em julho e em agosto — as peças começaram a ser veiculadas no domingo (24). Segundo dados do Corpo de Bombeiros, mais de 95% dos casos ocorrem por causa de ação humana intencional ou acidental.
As peças elencam uma série de cuidados que a população deve ter para ajudar a reduzir as queimadas, como não jogar guimbas de cigarro no chão, especialmente em rodovias e em gramados, não acender velas no mato e não colocar fogo no lixo.
Além disso, é preciso ter o cuidado de enterrar restos de folhas e galhos secos e limpar a área ao redor antes de fazer uma fogueira.
Para fazer uma queimada controlada, os agricultores devem ter autorização da Secretaria do Meio Ambiente, criar aceiros (faixa do terreno limpa e com pouco mato) ao redor da área e informar o Corpo de Bombeiros ao iniciar o processo.
Quando o cidadão encontrar um foco de incêndio, por menor que ele seja, deve entrar em contato com o Corpo de Bombeiros do DF pelo número 193.
A campanha custou R$ 4 milhões para o governo de Brasília, que investiu na produção do material, e faz parte do Plano de Prevenção de Combate a Incêndios Florestais de 2016. Essa é a primeira vez que o documento anual inclui campanha educativa para conscientizar a população.
O plano é renovado a cada ano por um grupo formado por 21 órgãos e coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente do DF. O foco é encontrar soluções para minimizar os danos das queimadas no Cerrado e elaborar o documento, previsto pelo Decreto nº 17.431, de 11 de junho de 1996. Em 2016, ele foi intensificado em virtude da seca mais rigorosa.
Segundo a coordenadora do Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, Carolina Schubart, a questão vai além da publicidade. “Existe também um trabalho de conscientização sobre prevenção de incêndios principalmente para escolas rurais e a comunidade agrícola.”
As ações para conscientizar a população envolvem também palestras para os produtores rurais e a primeira fase da Operação Verde Vivo, do Corpo de Bombeiros.
Dados da Operação Verde Vivo indicam que a quantidade de incêndios em Brasília é maior do que nos anos anteriores. Foram 137 casos em abril, 439 em maio, 1.028 em junho e 1.265 até 24 de julho. Em todos os meses, 2016 tem o maior número de ocorrências. A média diária é de 60 intervenções.
No domingo (24), o fogo ultrapassava a altura do muro de 3 metros do condomínio Jardins Mangueiral, próximo a São Sebastião. “Estava dentro de casa e escutei um barulho muito alto. Quando saí, vi muita gente jogando água no mato”, relatou a funcionária pública Rosângela Dantas, de 52 anos.
Essa reação não é recomendada pelos bombeiros, pois a população não tem material nem treinamento para enfrentar uma queimada. Para apagar o fogo no local, o Corpo de Bombeiros usou dois aviões e um helicóptero.
Telefone do Corpo de Bombeiros: 193
Edição: Paula Oliveira