23/06/2023 às 09:40, atualizado em 23/06/2023 às 14:49

Reaberta, com muita alegria, a Passarela do Samba

Durante esta sexta e também no sábado, desfiles tomam conta do Eixo Cultural Ibero-Americano; no total, incluindo editais anteriores, GDF investiu R$ 12 milhões no evento

Por Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

Foi aberto oficialmente na noite desta quinta (22) o desfile das escolas carnavalescas de 2023 na Passarela do Samba Marcelo Sena – nome dado em homenagem ao sambista do DF que faleceu em janeiro –, montada no Eixo Cultural Ibero-Americano (antiga Funarte). Os desfiles serão realizados até sábado (24), com a divulgação dos resultados e aclamação da grande campeã no domingo (25).

Tradição da lavagem das ruas com uma infusão de ervas celebra caminhos abertos

Ao som de um ponto cantado para Exu Onan, reverenciado na Umbanda como o orixá que abre caminhos, o sambista Dilson Marimba, homenageado da noite, foi um dos primeiros a entrar na Passarela do Samba, ao lado de Sol Montes e do titular da Secec. 

“Desfile fora de época vai atrair muito turismo, e os empresários vão ganhar muito dinheiro” Francisco Paulo Ferreira, presidente da Escola de Samba Bola Preta, de Sobradinhoesquerda

Segundo a tradição, as escolas de samba nasceram dos terreiros de candomblé africanos. Nesses rituais, reza a crença, as divindades comparecem e protegem seus filhos quando convocadas pelos atabaques – e foi assim que os africanos escravizados fizeram ao longo de mais de 350 anos, tempo durante o qual foram vítimas da desumana prática.

Ao assumir a cerimônia, o presidente da Escola de Samba Bola Preta ,de Sobradinho, Francisco Paulo Ferreira, se disse dividido entre a alegria de ver o desfile voltar e “a tristeza de saber que muita gente não tem o devido respeito” a essa manifestação cultural. “Foi tudo meio ‘atropelado’, mas te digo uma coisa: segunda-feira vamos começar a planejar o carnaval de 2024”, afirmou.

Ferreira sonha alto. Pensa no projeto de fazer um desfile na capital com as escolas vencedoras dos principais carnavais do país. O sambista acredita que a grande tarefa deste segmento da economia criativa é buscar sustentabilidade, fugindo da sazonalidade impressa pelo calendário. Defende que o carnaval saia da aba do Estado e caminhe com as próprias pernas. “Desfile fora de época vai atrair muito turismo, e os empresários vão ganhar muito dinheiro”, acredita.

*Com informações da Secec