04/07/2023 às 17:43

Estação do metrô Ceilândia Norte ganha paredão cultural

Doze grafiteiros transformaram o muro da estação em uma grande obra de arte. Área externa também foi revitalizada. Projeto é uma homenagem a Ceilândia e aos 50 anos do hip hop

Por Agência Brasília* | Edição: Saulo Moreno

Foram três dias de trabalho intenso para colorir 500 metros quadrados do muro externo da Estação de metrô Ceilândia Norte, por onde passam diariamente cerca de 2 mil pessoas. O trabalho de 12 artistas do grafite, um dos elementos característicos do movimento hip-hop, foi entregue nesta terça-feira (4), quando os responsáveis pelo projeto se reuniram para homenagear a cidade e reforçar sua identidade cultural.

De acordo com o grafieteiro Elom, “o painel institucional tem os símbolos do hip hop associados à logomarca do Metrô-DF, trazendo para a Ceilândia alguns elementos característicos da arquitetura de Brasília, como a ideia dos azulejos”

Também estavam presentes os diretores de Manutenção e Operação, Márcio Aquino; de Administração, Leyvan Cândido, e o diretor Técnico, Fernando Jorge. O administrador de Ceilândia, Dilson Resende, sugeriu que o projeto se estenda às outras estações. Autor do projeto que transforma o hip-hop em patrimônio cultural e imaterial do DF, o deputado distrital Max Maciel, prestigiou o evento.

A Estação Ceilândia Norte fica ao lado do Centro Cultural da Administração Regional de Ceilândia, da Biblioteca Pública de Ceilândia Carlos Drummond de Andrade e da Creche Amor em Ação, que atende crianças de 4 meses a 4 anos.

A região também é considerada uma área de risco, que concentra usuários de drogas e pessoas em situação de vulnerabilidade social. Por essa razão, ocupar o espaço é uma das formas de preservar o patrimônio e garantir a segurança, usando a identidade cultural da cidade.

12 artistas e uma grande obra de arte

O muro foi pintado por 12 grafiteiros: Rivas, Elom, Turko, Scooby, Yong, Toys, Camz, Omik, Mudof, Camila Siren, Panela e Magá.

Rivas e Elom foram responsáveis por comandar o processo de pintura. Elom explica que foram feitos dois trabalhos, um mais institucional, assinado por ele, e outro do grafite de rua, espaço dividido pelos demais grafiteiros.

“O painel institucional tem os símbolos do hip-hop associados à logomarca do Metrô-DF, trazendo para a Ceilândia alguns elementos característicos da arquitetura de Brasília, como a ideia dos azulejos”, explicou.

Rivas conta que chamou grafiteiros de Ceilândia, do Guará, de Taguatinga e de Brasília. Cada um veio com seu estilo e traço, mas dois elementos principais identificam todo o trabalho: o hip hop e Ceilândia.

“A arte tem um papel muito importante. O grafite, quando nasce, inserido no movimento hip hop, nasce com a linguagem da rua e demarca território. Aprendemos a trabalhar dentro do contexto da realidade de cada lugar. Então, a comunidade se reconhece ali e a gente pode passar recados importantes”, explica Rivas.

Como presente extra, os grafiteiros foram além do muro e demarcaram no chão uma passarela antiestresse. Semelhante a um jogo de amarelinha, o desenho propõe um momento de parada no caminho para casa e o trabalho para uma atividade lúdica.

*Com informações do Metrô-DF