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28/07/2023 às 20:17, atualizado em 28/07/2023 às 21:12
Capacitação teve duração de 12 semanas e busca formar multiplicadores para trabalhar o tema nas unidades de atenção primária
Servidores da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) finalizaram nesta sexta-feira (28/7) a formação sobre populações vulneráveis, realizada na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Brasília. Com início em maio, o curso durou 12 semanas e teve por objetivo formar multiplicadores para trabalhar o tema nas unidades de atenção primária.
O projeto surgiu a partir de visitas e entrevistas com profissionais da ponta para entender o que poderia ser feito em relação à educação permanente e, assim, ampliar o acesso nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) às populações vulneráveis.
“É preciso que o profissional da Saúde ouça e se abra para conhecer sem julgar. Quando atendemos um indígena ou um migrante, de uma outra condição social, os valores, os princípios e as crenças são diferentes e é necessário que a gente respeite isso para fazer uma aliança terapêutica efetiva.Carmen Santana, médicaesquerda
Consultora na Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a médica Carmen Santana ficou à frente do curso e das visitas de campo para o diagnóstico. “Os profissionais estão focados nos aspectos biomédicos do cuidado, sem se dar conta da dimensão social e cultural deste processo. Muitas vezes, eles desconhecem as vulnerabilidades e as potencialidades no território em que trabalham”, avalia.
Santana ressalta, ainda, a importância da escuta ativa e acolhedora ao paciente. “É preciso que o profissional da Saúde ouça e se abra para conhecer sem julgar. Quando atendemos um indígena ou um migrante, de uma outra condição social, os valores, os princípios e as crenças são diferentes e é necessário que a gente respeite isso para fazer uma aliança terapêutica efetiva.”
A médica da família e comunidade Patrícia Belém Parreira tem trabalhado na formatação de uma equipe de consultório na rua da região Centro-Sul. “O curso veio numa boa hora. E o mais importante é a gente ver essas ferramentas, se reconhecer dentro do processo e levar esses conceitos às equipes para melhorar o acolhimento, o acesso e o atendimento de populações vulneráveis.”
Atenção primária em números
⇒ 43 UBSs cobrem um território com a presença de população rural (34 UBS localizadas em território rural e 9 UBS urbanas, mas que atendem população rural)
⇒ 7 UBSs cobrem comunidades indígenas
⇒ 5 equipes de consultório na rua
⇒ 15 UBSs são referências para atendimento de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa
*Com informações da Secretaria de Saúde