17/08/2023 às 09:18, atualizado em 17/08/2023 às 18:45

#TBT: Memorial dos Povos Indígenas, um reduto de ancestralidade

Com acervo de mais de 2 mil artefatos, museu no Eixo Monumental inaugura série #TBTDoDF, especial que resgatará partes importantes da história do Distrito Federal

Por Catarina Loiola, da Agência Brasília | Edição: Vinicius Nader

O Memorial dos Povos Indígenas (MPI) é um ponto de valorização e fortalecimento da cultura dos povos originários. Mais de 2 mil artefatos estão dispostos no equipamento público, localizado no Eixo Monumental e mantido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do DF (Secec). A visitação é gratuita e está disponível de terça a domingo, incluindo feriados.

A Agência Brasília conta a história por trás do Memorial dos Povos Indígenas no #TBTDoDF – um especial de matérias que aproveita a sigla em inglês (Throwback Thursday) para mostrar episódios que marcaram o quadradinho.

A história do memorial começa na década de 1980, quando a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) planejava transferir o acervo do Museu do Índio do Rio de Janeiro para Brasília – o que, no entanto, não se concretizou. Por outro lado, a ideia de criar um espaço cultural indígena na capital federal prosseguiu, mas demorou a se tornar realidade.

O prédio do museu foi criado por Oscar Niemeyer e teve inspiração numa maloca Yanomami | Foto: Arquivo Público do DF/Divulgação

Em 1995, o MPI, finalmente, foi dedicado à causa indígena. Em abril daquele ano, lideranças karajá, kuikuro, terena e xavante promoveram a posse simbólica do espaço, reaberto oficialmente em 1999. O equipamento foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2007.

Imagens da construção do memorial estão armazenadas no Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF). “Nós nos orgulhamos de ter em nossos acervos registros da população indígena em diversos momentos históricos, bem como da construção e de celebrações realizadas no Memorial dos Povos Indígenas. Esse material, assim como outros, está à disposição dos interessados em conhecer um pouco mais sobre a história do DF”, afirma o superintendente do ArPDF, Adalberto Scigliano.

Conquista permanente

Hoje, o memorial é um ponto de encontro de indígenas e pesquisadores, sendo considerado uma importante atração turística. Mensalmente, cerca de 3 mil pessoas passam pelo MPI, em média. Grande parte do público é de estudantes de instituições públicas e privadas, que participam de visitas guiadas agendadas. Os encontros fazem parte do projeto Territórios Culturais, uma parceria da Secec com a Secretaria de Educação (SEE). Para saber mais, acesse este site.

Fotos da história de conquistas indígenas no DF podem ser encontradas no Arquivo Público | Foto: Arquivo Público do DF/Divulgação

“O memorial não é um espaço de pertencimento dos próprios povos porque foi criado por outros, mas ao mesmo tempo é um espaço que foi retomado e que tem sido cada vez mais ocupado pelos povos indígenas”, acrescenta Cristiane, que é coordenadora do programa de pós-graduação em Sustentabilidade Junto a Povos e Territórios Tradicionais.

Valorização

No calendário, duas datas promovem a valorização dos cidadãos originários: o Dia Internacional dos Povos Indígenas, celebrado em 9 de agosto e criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1994, e o Dia do Indígena, 19 de abril, criado em 1943 pelo governo federal.

Estudantes das redes pública e privada de ensino visitam o Memorial e aprendem e se divertem ao mesmo tempo | Foto: Joel Rodrigues/Agência Brasília

‌Neste ano, a Secec abriu linhas de investimentos em projetos sobre a cultura indígena dentro do Edital FAC (Fundo de Apoio à Cultura) Multicultural 2. Há uma vaga para projeto educativo no Memorial dos Povos Indígenas com aporte de R$ 350 mil, dentro da categoria Cultura de Todo Jeito. O proponente precisa garantir a realização de atividades educativas com o público geral e escolas públicas e privadas, além de cumprir uma série de critérios para ser selecionado. Também há duas vagas em ações de formação para Cultura Indígena e/ou Afrobrasileira, cada uma com aporte de R$ 60 mil.

‌A Secretaria de Saúde do DF (SES) oferece quatro equipes de referência para a saúde indígena, instaladas na Unidade Básica de Saúde (UBS) 2 da Asa Norte, na UBS 1 de São Sebastião, na UBS Cariru da região do Café Sem Troco, na área rural do Paranoá, e na UBS 3 do Morro Azul, em São Sebastião. Regularmente, são atendidos 230 indígenas warao, 50 kariri-xokó e 130 guajajara – quantidade que varia, tendo em vista que as populações são itinerantes.

Já a Secretaria de Desenvolvimento Social do DF (Sedes) dispõe do Centro de Referência Especializado de Assistência Social Diversidade (Creas) Diversidade, na Asa Sul. A unidade é específica para públicos indígenas, quilombolas, membros da comunidade LGBTQIA+ e afins. Também há a equipe Imigrantes, que oferta serviços, benefícios, programas e projetos socioassistenciais a pessoas vindas de outros países, como os membros da etnia warao, indígenas provenientes da Venezuela, além do Cras Móvel, que leva assistência a comunidades mais afastadas.

‌No âmbito da geração de emprego e renda, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet) oferta vagas para indígenas refugiados e migrantes venezuelanos nos programas de qualificação profissional. É o caso do 1º Ciclo de 2023 do RenovaDF, que tem a participação de 33 indígenas warao.

Serviço
Memorial dos Povos Indígenas
Horário de funcionamento: de terça a domingo, das 9h às 17h
Telefones: (61) 3344-1155 e 3344-1154, para dúvidas gerais, solicitação de visita guiada ou pauta espontânea
Agendamento de visitas escolares: _educativo.mpi@cultura.df.gov.br_

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