23/08/2023 às 10:29, atualizado em 23/08/2023 às 10:54

Rede pública oferece educação inclusiva nos centros de ensino especiais

Unidades escolares atendem mais de 3,5 mil estudantes com diversos tipos de deficiência

Por Agência Brasília* I Edição: Débora Cronemberger

Entre as mais de 800 escolas da rede pública de ensino do DF, 14 são voltadas exclusivamente para o processo ensino e aprendizagem dos estudantes da Educação Especial, na perspectiva da inclusão. São essas as escolas de natureza especial que garantem uma educação especializada de crianças, jovens e adultos com diversos tipos de deficiência – intelectual, sensorial, física ou múltiplas. Essas escolas atendem alunos com deficiências e/ou Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mais de 3,5 mil estudantes estão matriculados nos 12 centros de ensino especiais, no Centro de Ensino Especial de Deficientes Visuais e na Escola Bilíngue de Taguatinga.

No CEE 02, uma sala foi criada para crianças de até 3 anos, e cada uma delas tem sua própria professora

Fundado há mais de três décadas, o CEE 02 tem desafiado estereótipos e barreiras, promovendo a inclusão e a valorização da diversidade, desde alunos com deficiências cognitivas e motoras até aqueles com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Com uma equipe comprometida de educadores especializados, fisioterapeutas e profissionais de apoio, a escola tem se dedicado a oferecer oportunidades educacionais igualitárias para todos os alunos, independentemente de suas necessidades.

“Acreditamos que a inclusão não é apenas colocar os alunos em uma sala de aula comum, mas sim adaptar todo o ambiente escolar para atender às suas necessidades específicas”Marli de Jesus, diretora do CEE 02esquerda

De acordo com a diretora da instituição de ensino, Marli de Jesus, a importância do Centro de Ensino é significativa, pois, muitas vezes, o aluno não consegue ingressar no ensino regular, cujo foco principal são os conteúdos, como português e matemática. “Aqui no CEE 02 nós fazemos toda uma adaptação no currículo para o atendimento específico de cada aluno e de acordo com a sua necessidade. Nossa missão é criar um espaço onde o aluno se sinta valorizado e capaz de alcançar seus objetivos. Acreditamos que a inclusão não é apenas colocar os alunos em uma sala de aula comum, mas sim adaptar todo o ambiente escolar para atender às suas necessidades específicas”, afirma.

E os estudantes demonstram alegria dentro da escola. “Amo muito a minha escola e as professoras que são muito legais”, diz Pietro Muniz, 12 anos. Já Abraão de Jesus, também de 12 anos, foi transferido de uma outra unidade de ensino e está mais feliz agora. “Eu gosto muito desta escola, não gostava muito da outra. Aqui é divertido”, disse.

A escola conta com uma professora para cada três alunos, além dos educadores sociais voluntários e dos monitores que contribuem com o trabalho diário, por meio de materiais didáticos adaptados, tecnologias assistivas, estratégias pedagógicas personalizadas e até mesmo a troca de fraldas. Ainda segundo a diretora, a unidade escolar se esforça para garantir que cada aluno alcance seu potencial máximo, dentro de cada limitação.

A educadora de alunos com deficiências múltiplas Betânia Barreiros considera o ensino especial uma luta diária. “É um dia de cada vez, pois não sabemos o dia de amanhã. Mas, o sentimento é de satisfação e de podermos ver que o mínimo que seja é considerado um avanço, porque os estudantes são muito dependentes e quando eles evoluem é gratificante”, reforça.

Natação adaptada e horta escolar

Além de sua dedicação ao ensino, a instituição destaca-se por iniciativas diferenciadas, como a natação adaptada e a horta escolar cultivada pelos próprios alunos. Através dessas atividades, a escola não apenas proporciona oportunidades para o desenvolvimento físico e social dos estudantes, mas também promove uma aprendizagem prática e interdisciplinar.

A natação adaptada permite que os alunos explorem seu potencial aquático e superem desafios. A prática da natação não apenas contribui para a melhoria da saúde e condicionamento físico, mas também reforça a confiança e a autodeterminação dos estudantes.

Além disso, o local conta com uma horta que é cuidadosamente cultivada pelos próprios alunos, proporcionando-lhes uma experiência prática e educativa. A horta ensina princípios de jardinagem e cultivo e também reforça noções de responsabilidade, trabalho em equipe e sustentabilidade. Os alunos aprendem a cuidar das plantas, acompanhar seu crescimento e colher os frutos do seu trabalho, criando um ambiente de aprendizado que transcende as paredes da sala de aula. Todo o alimento é consumido na merenda escolar da instituição.

*Com informações da Secretaria de Educação

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