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24/08/2023 às 15:23, atualizado em 24/08/2023 às 16:31
Terceira edição do projeto Taguatinga Plural foi aberta nesta quinta (24), na Escola Classe 26 de setembro
A cultura afro-brasileira foi celebrada em toda sua diversidade na terceira edição do Taguatinga Plural. Nesta quinta-feira (24), música, dança e pintura marcaram a abertura do projeto, que debate pautas antirracistas na rede pública de ensino. Alunos de 15 escolas da região administrativa participaram do evento organizado no auditório da Escola Classe 26 de Setembro.
O Taguatinga Plural foi a maneira encontrada pela Coordenação Regional de Ensino da cidade para atender de forma completa e lúdica à Lei nº 10.639, que torna obrigatória o estudo da história e da cultura afro-brasileiras nas escolas de todo o país. A iniciativa, que abrange os ensinos infantil, fundamental e médio, coloca a educação no papel de protagonista na luta contra o racismo.
As atividades do Taguatinga Plural estão presentes na rotina diária das escolas participantes. O coordenador da regional de ensino da cidade, Murilo Marconi, explica que temas como direitos humanos e respeito ao próximo não devem ser debatidos apenas no Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro. Por isso, o projeto foca em levar a temática para dentro da sala de aula, com a ajuda do grafite, da música e da literatura.
“Ofertamos 100 livros que conversam com o Taguatinga Plural para cada uma das 15 escolas, que trabalham os títulos com os alunos ao longo do ano”, conta Marconi. “E, por meio do Pdaf [Programa de Descentralização Financeira e Orçamentária], a regional fornece verba para a compra de materiais usados na confecção de trabalhos ligados a temas antirracistas”, completa.
“Os debates e as pesquisas feitas na escola me permitiram conhecer mais sobre nossa cultura, nossas riquezas”Miguel Souza, estudantedireita
Para o aluno do Centro de Ensino Fundamental 4, Miguel Souza, o Taguatinga Plural surgiu como uma oportunidade de se aprofundar nas próprias raízes. “Os debates e as pesquisas feitas na escola me permitiram conhecer mais sobre nossa cultura, nossas riquezas”, avalia o jovem de 14 anos. “Foi um processo muito importante para mim porque, no fundo, nós negros queremos mais representatividade na sociedade”, reflete.
Ao lado de Miguel, João Vitor dos Santos Barbosa participou da abertura do projeto com apresentação de afrobeat, dança de influência africana que mistura vários ritmos. O rapaz de 14 anos comemora a oportunidade de mostrar aos colegas um pouco mais sobre a prática. “A cultura negra é muito linda. É importante que todos possam conhecê-la, que todos aprendam a não julgar o próximo pela cor”, observa.