04/09/2023 às 08:41, atualizado em 04/09/2023 às 11:30

Cepoteca reforça controle de qualidade nos testes que identificam bactérias

O Laboratório Central de Saúde Pública adquiriu novos equipamentos e insumos para ajudar na implementação de controle interno de qualidade de antibiograma nas unidades de laboratórios da SES-DF

Por Agência Brasília* I Edição: Débora Cronemberger

‌As superbactérias, ou bactérias resistentes a múltiplos antibióticos, representam um grande problema de saúde global. Diante disso, o Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) criou uma cepoteca, ou seja, um local onde possam ser mantidas as cepas-padrão desse tipo de microrganismos.

Para compor a cepoteca, o Lacen adquiriu cepas-padrão de diversas bactérias

Um diagnóstico laboratorial efetivo se baseia, entre outros pontos, na identificação precisa de uma bactéria e, principalmente, na realização do Teste de Sensibilidade a Antimicrobianos (TSA), também conhecido como antibiograma. Portanto, é preciso rigor ao fazer o TSA e padronizar os métodos executados.

‌Para que todos os procedimentos relacionados ao TSA sejam executados e interpretados corretamente, deve existir, na rotina do laboratório de microbiologia, um controle de qualidade do teste que envolva cepas-padrão de procedência reconhecida.

Segundo o gerente de Suporte Laboratorial do Lacen, Heverson Soares de Brito, a cepoteca serve justamente para centralizar a manutenção de cepas-padrão viáveis. “A ideia é distribuir a metodologia resultante do projeto a outros laboratórios da rede pública. O intuito é que esse controle empregado no TSA ocorra semanalmente em cada unidade”, explica.

Ao permitir essa distribuição, o projeto contribui para garantir a confiabilidade de resultados mais assertivos na rede e a prescrição de medicamentos mais adequados.

O que são as superbactérias?

Superbactérias são micro-organismos bacterianos que desenvolveram a capacidade de resistir aos efeitos dos antibióticos tradicionais. Isso ocorre devido à sua exposição repetida e inadequada a esses medicamentos, permitindo que elas evoluam e desenvolvam mecanismos de resistência.

A relutância aos antibióticos é uma preocupação séria na área da saúde, uma vez que torna as infecções bacterianas mais difíceis de tratar e pode levar a complicações graves ou, em casos mais extremos, a óbito. As superbactérias podem ser resistentes a um ou a vários tipos de antibióticos, o que limita as opções de tratamento disponíveis.

‌Para combater o problema das superbactérias, é essencial adotar práticas de uso responsável de antibióticos, desenvolver novos medicamentos e terapias alternativas, bem como melhorar a higiene e a vigilância para evitar a disseminação de micro-organismos resistentes.

*Com informações da Secretaria de Saúde