22/08/2016 às 15:16, atualizado em 24/05/2017 às 10:10

Cine Brasília será a nova casa da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional

Local foi adaptado para receber os músicos. Primeira apresentação oficial no espaço ocorrerá na terça-feira (23)

Por Gabriela Moll, da Agência Brasília

Depois de passar por um período sem endereço fixo, a Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro ganhou um espaço para ensaios e apresentações. A partir de terça-feira (23), os músicos sobem ao palco do Cine Brasília (106/107 Sul) e oficializam o cinema, com capacidade para 620 pessoas, como casa temporária.

O proscênio (parte da frente do palco) foi ampliado em 1,5 metro, e foram feitas duas valas para refletores no teto.

O proscênio (parte da frente do palco) foi ampliado em 1,5 metro, e foram feitas duas valas para refletores no teto. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

“Será o retorno da orquestra a esse lugar, já que tocávamos nesse espaço no início de 1980”, conta Cohen. Segundo o maestro, ter um endereço fixo é benéfico, principalmente para fazer os ensaios, que preferivelmente devem ocorrer onde serão executados os concertos. “Também é uma forma de valorizar ainda mais o Cine Brasília”, acredita. Outro ponto positivo, de acordo com ele, é a localização. “O cinema fica em frente ao acesso para o metrô e para os ônibus, assim podemos atender ainda mais pessoas.”

Depósito para instrumentos da Sinfônica do Teatro Nacional

Com a mudança, será resolvido outro grande problema da orquestra: o deslocamento dos instrumentos. “Nosso piano de cauda, por exemplo, quase nunca é levado para as apresentações por conta do alto risco do valor do transporte”, explica Cohen.

Serão guardados os instrumentos maiores como contrabaixo, tímpano, bombo, harpa, além de equipamentos como cadeiras, estantes, luminárias, tablados e protetores acústicos. Os de menor porte ficam com os músicos.

A Secretaria de Cultura, responsável pelo espaço e pela orquestra, informou que, a partir de agora, as terças-feiras ficarão restritas ao uso dos músicos. No caso dos festivais tradicionais com data marcada, como o 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, serão abertas concessões na programação, e os concertos ficam suspensos naquele local.

Sobre a necessidade da retirada de ingressos para as apresentações na nova casa, a pasta da Cultura informa que isso será definido de acordo com a demanda.

Os ensaios, assim como as apresentações da orquestra, ocorriam no Teatro Nacional. O local está fechado desde 2014 por determinação do Corpo de Bombeiros Militar e da Defesa Civil, por riscos nas instalações, que deverão ser reformadas. Até a mudança para o Cine Brasília, os músicos já passaram de forma itinerante por locais como Centro de Convenções Ulysses Guimarães (Eixo Monumental), Santuário Dom Bosco (702 Sul), Teatro dos Bancários (314/315 Sul) e Teatro Pedro Calmon (Setor Militar Urbano).

Programação de agosto no Cine Brasília

Em 23 de agosto, os músicos da orquestra apresentam o Concerto Uruguaio, com acesso livre e sem necessidade de retirar ingresso. Com apoio da Embaixada do Uruguai no Brasil, o regente titular trouxe o violinista Oscar Bohorquez, que executará, com os músicos de Brasília, o Concerto para Violino e Orquestra, de Johannes Brahms.

O programa em homenagem ao Uruguai contará com Fantasia para Violino e Orquestra, do compositor Eduardo Fabini, representando aquele país. No mesmo dia, a orquestra executa, sob o comando de Cohen, a abertura de Romeu e Julieta, de Tchaikovsky.

Fecha a agenda de agosto da sinfônica do Teatro Nacional o Panorama Percussivo de Ney Rosauro, série de quatro peças escritas pelo percussionista brasileiro radicado nos Estados Unidos. A apresentação será em 30 de agosto, às 20 horas, e terá acesso livre. Para acompanhar o artista convidado, que dividirá a regência com Cohen, foram escalados como solistas os músicos da orquestra Marco Vidal Donato (tímpanos) e Carlos Tort (marimba) e o próprio Rosauro, que tocará vibrafone na peça Concerto para Vibrafone e Orquestra, composta por ele.

Acesse a programação de agosto.

Edição: Gisela Sekeff