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Na lista abaixo são listadas todas as Administrações Regionais que compõe o Distrito Federal, para acessá-los clique na lista ou pesquise.
19/10/2023 às 15:03, atualizado em 19/10/2023 às 17:16
Atualmente, o projeto de abrigo temporário tem capacidade para atender até 65 crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social
A bebê que Bruna Tavares carrega nos braços não é sua filha, mas ganha toda a atenção e afeto que a mulher de 26 anos pode dar. É na casa de Bruna que Sara, de 10 meses, mora. É Bruna que troca suas fraldas e faz sua comida. Cabe a Bruna prover todo o amor que Sara tem recebido nos últimos meses, e é também seu dever se despedir da menininha em breve, quando ela voltar para sua família de origem.
Bruna é uma das participantes do Família Acolhedora, serviço de abrigo temporário que atende crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. O programa é uma das apostas do Governo do Distrito Federal (GDF) para garantir uma acolhida mais personalizada e rica em amor para os pequenos que precisaram ser afastados de seus lares originais.
“Eu e meu marido enxergamos no programa uma oportunidade de fazer a diferença na sociedade”, comenta Bruna. “No momento em que a criança passa por uma ruptura, que é tirada da família por algum motivo, é muito importante que ela vá para um lar, para uma família que tem uma rotina, que tem pessoas que vão olhar para ela como um indivíduo.”
Atualmente, a Secretaria de Desenvolvimento Social do Distrito Federal (Sedes) tem dois termos de colaboração assinados com o Grupo Aconchego, responsável pela gestão do Família Acolhedora. O primeiro, válido até outubro de 2024, prevê o atendimento de até 20 crianças com idade até 6 anos. Já o segundo, em vigor até 2028, oferece 45 vagas para a faixa que vai até 18 anos.
O tempo de acolhimento varia de caso a caso, mas a previsão legal é que não supere 18 meses. Nesse modelo, o vínculo é temporário e, diferentemente da adoção, tem caráter provisório e excepcional. Isso porque o objetivo final é a reintegração familiar ou, caso não seja possível, o encaminhamento a uma família substituta.
“Os participantes do programa recebem treinamento e são fiscalizados durante todo o acolhimento”, explicou a primeira-dama Mayara Noronha Rocha. “A família precisa estar preparada não só para dar suporte, para ser um colo, mas também trabalhar os potenciais daquela criança, para que ela esteja preparada para voltar ao seu lar de origem ou para um processo de adoção.”
Quem quiser participar do projeto deve morar no Distrito Federal, ser maior de 18 anos e não estar inscrito no Cadastro Nacional de Adoção. Além disso, é preciso ter disponibilidade afetiva, habilidade para ser cuidador e não ter antecedentes criminais. Todas as configurações familiares podem participar do projeto.
“Esse programa vem para inovar, para dar o aconchego de uma casa, o afeto de uma família para essas crianças que precisam tanto”, comentou a titular da Sedes, Ana Paula Marra. “Estamos hoje aqui para promover uma mudança de cultura. Queremos divulgar o serviço para que mais e mais famílias se inscrevam.”
Multiplicando o amor
Dar afeto para aqueles que passam por um momento de vida difícil. É esse o sentimento que inspira Daniela do Nascimento, 55, a participar do programa Família Acolhedora. A professora, mãe de cinco filhos, já recebeu quatro crianças em seu lar. E garante que a casa toda participa ativamente dos cuidados com os pequenos.
“A gente forma uma verdadeira rede de apoio, todo mundo da família abraçou essa causa com muito amor”, contou Daniela, com o pequeno Bernardo no colo. “Agora, estamos cuidando desse bebê de 7 meses, que nasceu muito debilitado, em uma família sem condições financeiras para cuidar dele. Damos todo o carinho e atenção para que, depois, ele possa seguir em frente.”
Já experiente em passar por despedidas, Daniela revelou que vivencia uma espécie de luto quando a criança acolhida vai embora. “É natural, muitas ficam com a gente por seis, oito meses”, afirmou. “Mas eu, como mulher madura, tenho condições de criar minhas próprias ferramentas para lidar com essa separação. O sentimento de gratidão que fica é maior.”
As inscrições no programa podem ser feitas no site do grupo Aconchego, pelos telefones (61) 3963-5049 e 3964-5048, pelo e-mail familiaacolhedora.aconchego@gmail.com ou pessoalmente pelo endereço SHIGS Quadra 709, Bloco M, Casa 4, Asa Sul. As famílias selecionadas são capacitadas e acompanhadas por uma equipe técnica.