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25/10/2023 às 21:05, atualizado em 26/10/2023 às 10:29
Atividades fazem parte da Semana do Produtor Rural da Emater-DF em Sobradinho
O terceiro dia de atividades da Semana do Produtor Rural da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) em Sobradinho, realizado nesta quarta-feira (25), contou com o Dia Especial de Saúde e o recolhimento de embalagens de agrotóxicos para o descarte correto, além de uma excursão com produtores a uma propriedade em Planaltina para tratar de normas de produção orgânica para novos Organismos Participativos de Avaliação da Conformidade Orgânica (Opacs ) e uma reunião técnica sobre parâmetros para obtenção de um café de qualidade no Lago Oeste.
Pela manhã, os produtores rurais começaram a chegar ao escritório local de Sobradinho para aferição de pressão arterial e exames de glicemia e colinesterase. Este último possibilita a análise do grau de exposição a produtos tóxicos, como pesticidas, inseticidas e herbicidas. Os exames foram feitos por meio de parceria com a Confederação Nacional do Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares do Brasil (Conafer).
Regulamentada por lei federal, a devolução das embalagens de defensivos agrícolas usados pelos produtores rurais exige critérios rigorosos para evitar o descarte incorreto. O descarte das embalagens dos defensivos usados pelos produtores rurais é obrigatório em locais adequados a fim de evitar sérios prejuízos ambientais, uma vez que podem contaminar os animais, as plantas e as pessoas.
Para facilitar essa logística de devolução das embalagens também foi realizada a coleta no escritório da Emater em Sobradinho, em parceria com a Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri-DF) e com a empresa Aeagro, que faz o recebimento de embalagens vazias de agrotóxico. Para o produtor de flores Nivaldo Alves, esse tipo de campanha facilitou o descarte correto. “Foi muito bom, pois o posto de coleta fica distante da minha propriedade e agora consegui trazer tudo o que estava armazenado na propriedade. Facilitou bastante”, relata.
Normas de produção orgânica
Ainda pela manhã, cerca de 20 agricultores visitaram uma propriedade em Planaltina que possui agroindústria e é considerada modelo na produção orgânica e no processamento desses alimentos. No local, os produtores puderam ver como os alimentos são minimamente processados e embalados dentro das normas de produção orgânica dos Opacs.
De acordo com a gerente do Escritório da Emater em Sobradinho, Clarissa Campo, estão em formação, na região, dois novos grupos interessados em virar Opac, cada um com 12 produtores rurais. A atividade foi realizada com o objetivo de iniciar o treinamento com os grupos sobre as normas de certificação orgânica.
Para os Opacs atuarem legalmente, eles precisam estar credenciados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). É esse credenciamento que autoriza a atuação dos Opacs no Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SisOrg). Os Opacs correspondem às certificadoras no Sistema de Certificação por Auditoria. São eles que avaliam, verificam e atestam que produtos ou estabelecimentos produtores ou comerciais atendem as exigências do regulamento da produção orgânica.
“Foi importante essa excursão. Lá eles puderam ver como que é feito, minimamente, o processamento de embalagem de mandioca descascada em uma agroindústria com todos os equipamentos necessários, como embaladora à vácuo. Eles também viram questões práticas sobre a forma de lavar o alimento, de descascar, a higienização das mãos, os cuidados ao entrar nas instalações da agroindústria e todos os trâmites para fazer o processamento dos alimentos, de forma que possa ser aprovado pelo Opac”, destaca Clarissa.
Reunião Técnica do Café
No período da tarde, houve reunião do grupo de produtores do Lago Oeste interessados no cultivo do café. Como forma de incentivar os produtores, a Emater tem feito várias ações voltadas para o cultivo, com foco no nicho de cafés especiais.
Aproximadamente 30 produtores participaram atentamente da reunião técnica, que abordou questões desde a colheita até o armazenamento do café, passando pela torrefação, qualidade, explicações sobre cafés especial e gourmet e o que precisam ter para receber a classificação.
“São produtores que já vêm trazendo uma bagagem das atividades anteriores que a gente realizou com eles. Estamos também fazendo degustações para os produtores aprendam sobre aroma, sabor, doçura, amargor, acidez e tudo que envolve a pontuação do café”, diz Clarissa, que também acompanhou a reunião técnica.
Segundo a gerente, a intenção é despertar nos produtores a possibilidade de produzir cafés especiais, diante da potencialidade da região. “A maioria dos produtores tem chácaras de dois hectares. Não é uma área muito grande, mas que possibilita que eles consigam fazer um café de qualidade para que consigam comercializar sem dificuldades”, explica.
*Com informações da Emater-DF