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08/12/2023 às 20:57, atualizado em 09/12/2023 às 11:24
Iniciativa reúne especialistas ambientais, de saúde, servidores públicos das duas áreas e comunidade da Região Administrativa de Planaltina
O Instituto Brasília Ambiental, por meio do Projeto Reconexão Cerrado, encerrou nesta sexta-feira (8), a série de sessões de conversas com troca de saberes deste ano, realizadas no Parque Ecológico Sucupira, em Planaltina. A iniciativa é uma parceria do instituto com a Secretaria de Saúde, por meio da unidade básica de saúde (UBS) do parque, Superintendência Regional de Saúde Norte, Diretoria Regional de Atenção Primária à Saúde e o Centro de Referência de Práticas Interativas em Saúde (Cerpis). O público-alvo das sessões é a comunidade de Planaltina e os servidores dos órgãos envolvidos.
As atividades que marcaram o encerramento da promoção, realizada todos os meses deste ano no Sucupira, foram o serviço de manutenção e cuidado do canteiro medicinal do parque e a plantação da colônia, planta medicinal também conhecida como azucena de porcelana, gengibre-concha, alpínia, flor de cera, entre outros, cujo nome científico é Alpínia zerumbet.
Além do uso medicinal ou terapêutico, a colônia é muito utilizada como planta ornamental em projetos paisagísticos. Muitas pesquisas científicas confirmam o efeito hipotensor e antifúngico da espécie. No uso medicinal a colônia ajuda no controle de hipertensão leve ou moderada, na regulagem da pressão arterial, além de ser usada para aliviar a ansiedade. Normalmente é consumida em forma de chás.
“Temos várias Unidades de Conservação, elas têm um poder curativo enorme devido a suas biodiversidades. Então, a ideia do Reconexão é explorar mais isso, trazer essa junção entre saúde e meio ambiente. Um número menor de eventos, porém mais distribuídos nas UCs, com mais participação das comunidades e maior aprofundamento dos temas”Webert Ferreira, membro da Comissão Executora do projetoesquerda
Um dos membros da Comissão Executora do projeto, pelo Brasília Ambiental, Webert Ferreira, ressalta que o Parque Sucupira não possuía essa planta, por isso ela foi escolhida para fechar as atividades do ano. “O cultivo dela é bem fácil, precisando de poucos cuidados, e ela multiplica através da propagação vegetativa dos rizomas. As matrizes de colônia inseridas no parque hoje vieram do Cerpis. Destilamos, cuidamos das plantas trazidas e as plantamos. Foi muito bom!”, comemora.
No encontro de encerramento foi realizada ainda a poda da planta Alecrim Pimenta, e também a destilação das duas plantas – colônia e alecrim – simultaneamente. O Alecrim Pimenta, de nome científico Lippia sidoides Cham tem fortes propriedades antimicrobianas e antifúngicas.
Ferreira ressalta que o projeto Farmácia Viva, do Cerpis, desenvolveu este ano, com o alecrim pimenta, um novo fitoterápico destinado ao combate de dores de garganta no âmbito da Atenção Primária à Saúde e com ação antisséptica. O medicamento já está disponível em 17 unidades básicas de saúde (UBSs) e pode ser conferido aqui.
Divulgação
O projeto visa a divulgação do uso de plantas medicinais por meio de encontros mensais. Os encontros deste ano iniciaram em fevereiro e abordaram, entre outras plantas, guaco, sucupira e ora-pro-nóbis. Para 2024 a coordenação da iniciativa pretende reduzir o número de encontros para aperfeiçoá-los, melhorando o alcance do seu público por meio de uma divulgação mais ampla.
“O que estamos defendendo, nós do Brasília Ambiental e outras instituições parceiras, é que essas práticas passem a ser consideradas de saúde. Em alguns lugares, essas práticas são chamadas de Banho de Floresta, Conexão com a Natureza. Então, a ideia é fortificar essas ações. Temos várias Unidades de Conservação, elas têm um poder curativo enorme devido suas biodiversidades. Então, a ideia do Reconexão é explorar mais isso, trazer essa junção entre saúde e meio ambiente. Um número menor de eventos, porém mais distribuídos nas UCs, com mais participação das comunidades e maior aprofundamento dos temas”, explica Webert Ferreira.
Reconexão
O projeto Reconexão Cerrado é uma ação que contempla a produção e o plantio de mudas, a criação de jardins terapêuticos e o apoio de desenvolvimento de práticas integrativas de saúde – como heiki e benzimento – e outros como as sessões de conversa que conectem a comunidade com o saber ancestral, e também com as potencialidades das espécies nativas do Cerrado para usos medicinais, terapêuticos e integrativos.
*Com informações do Brasília Ambiental