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16/12/2023 às 10:21, atualizado em 16/12/2023 às 11:17
Mostra de ciência da Escola Técnica de Brasília premiou trabalhos de alunos. Entre os vencedores, está uma cadeira de rodas automatizada a custo acessível, uma lixeira inteligente e um monitor de energia elétrica
Uma cadeira de rodas automatizada, uma lixeira inteligente e um monitor de picos de energia. Esses foram os três primeiros colocados na 45ª ETB Mix, uma mostra de ciência e tecnologia que ocorreu na última semana na Escola Técnica de Brasília (ETB), localizada em Taguatinga.
A mostra ocorre todos os anos no espaço, que geralmente expõe trabalhos de conclusão dos cursos ministrados na unidade, de eletrônica, eletrotécnica e informática. De acordo com o professor de automação e robótica da escola, Rogério Antônio de Lima, o objetivo é integrar projetos úteis e trabalhar na prática.
“O objetivo é dar ferramentas para que eles desenvolvam e cresçam. Já tem muitos alunos nossos que saíram daqui e montaram empresas, tem gente que já está exportando componentes. Então, além de ajudar os alunos, a gente ajuda a cidade também”, declara Rogério.
O professor também ressalta a importância do papel do ensino público na formação dos alunos e na acessibilidade para a comunidade. “A gente fala muito de ensino privado e a gente está aqui com um ensino público de excelência. Geralmente as empresas e as escolas públicas são quem mais se destacam em pesquisa e mais retornam para a sociedade. A garotada está aí com um ensino gratuito, fazendo excelência com o resultado”, pontua.
Uma cadeira de rodas automatizada custa no mercado, em média, cerca de R$ 12 mil. Com R$ 3.800, os alunos conseguiram desenvolver um modelo funcional e, com ela, ficaram em primeiro lugar na mostra ETB Mix.
Um dos desenvolvedores do protótipo foi o estudante de eletrônica Pedro Carneiro. De acordo com ele, a ideia principal era ajudar a comunidade, construindo a cadeira como uma forma de viabilizar a mobilidade dos deficientes físicos. “O objetivo principal é que a cadeira de rodas no mercado não é tão acessível para todo mundo. Então, a gente pensou em criar uma cadeira de rodas de baixo custo que possa ajudar a todos os deficientes físicos, principalmente cadeirantes. O nosso projeto foca na simplicidade e também na acessibilidade”, pontua Pedro.
O grupo utilizou peças de hoverboard, pneus de bicicleta para adaptação em diferentes terrenos, além de duas rodinhas atrás devido ao torque do motor. Um controle joystick também foi adaptado de uma forma simples para o controle do cadeirante, de forma que ele possa se locomover.
Os estudantes pretendem dar continuidade ao projeto e buscar patrocínios, adicionando sensores especiais para facilitar o trabalho de cuidadores, aplicando até o uso de avisos por SMS.
Já em terceiro lugar ficou um aparelho capaz de monitorar picos de energia, desenvolvido pelo estudante de eletrônica Wilber Oliveira Cerqueira e pela estudante de informática Mônica Caetano.
O tensor, como foi batizado, foi desenvolvido para o público em geral, funcionando como um medidor de tensão que registra hora, data e valores de picos e quedas de tensão elétrica. Caso aconteça uma queda que estrague um aparelho eletrônico, por exemplo, há uma prova de que a queda de energia foi a causa do desligamento de energia repentino.
“É um projeto muito interessante do ponto de vista de custo e utilidade, porque agora é possível receber um ressarcimento com base em provas do relatório gerado pelo ‘tensor’. É um projeto que alcança várias pessoas, não é só para pessoas com poder aquisitivo maior, por ter um baixo custo de produção”, acentua Wilber.