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20/09/2016 às 13:59, atualizado em 09/03/2018 às 09:23
Campanhas de conscientização estão entre as estratégias do governo para fazer as famílias economizarem o recurso
A maior escassez de água na história dos dois principais reservatórios do Distrito Federal colocou a cidade em estado de alerta por situação hídrica crítica e fez o governo adotar medidas para garantir o abastecimento até a chegada das chuvas. Além das ações governamentais, a economia do recurso passa pela consciência de cada um dos moradores da capital do País.
Levantamento da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb) revela que, de 2010 a 2015, o consumo de água nas residências de Brasília aumentou 16%. Passou de 129,4 milhões de metros cúbicos (m³) para 150,2 milhões. A diferença de quase 21 milhões de m³ daria para abastecer Planaltina e Sobradinho durante um ano inteiro. No mesmo período, o comércio registrou queda no consumo: passou de 17,4 milhões de metros cúbicos para 17 milhões.
[Numeralha titulo_grande=”20,8 milhões de m³” texto=”Aumento no consumo residencial de água de 2010 a 2015esquerda
Às 15 horas dessa segunda-feira (19), a Barragem do Rio Descoberto, responsável por abastecer 65% do DF, estava com 38,6% da sua capacidade, o menor índice já registrado desde 1989, quando a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa-DF) começou a fazer a medição. Já o reservatório de Santa Maria, que fornece água para 22% dos moradores de Brasília, apresentava 49,7% de volume útil nos mesmos dia e horário. O ideal é que os dois se mantenham acima dos 60%. Outros 13% dos habitantes do DF consomem água vinda de córregos e mananciais.
[Numeralha titulo_grande=”38,6%” texto=”Capacidade da Barragem do Rio Descoberto registrada na tarde de segunda-feira (19)direita
Como preconiza o artigo 3º da Resolução nº 13, de 2016, da Adasa, quando as principais fontes de abastecimento atingem níveis abaixo dos 40%, campanhas de conscientização precisam ser reforçadas. Tanto a Adasa quanto a Caesb promovem ações educativas com o intuito de convencer as pessoas a reduzir o consumo nos lares. O site naodesperdiceagua.com.br, da Adasa, traz, além de dicas de economia, um histórico de como a água doce é distribuída no DF e no País.
Já a campanha Consciência 10, da Caesb, tem vídeos e informações que ensinam a utilizar o recurso hídrico de forma mais racional.
O diretor financeiro e comercial da Caesb, Marcelo Teixeira, explica que uma conjunção de fatores concorreu para a situação crítica atual. “Tivemos uma expansão desordenada do território, o que naturalmente leva à captação irregular de água; o aumento na renda das pessoas, de 2012 a 2014, fator que fez com que elas consumissem mais água; e, por último, atravessamos sucessivos períodos de temperaturas mais altas e menos chuvas”, elencou.
Teixeira destaca que o governo vai iniciar obras estruturantes para minimizar os efeitos da escassez, mas reforça que a medida mais eficiente é a redução do consumo humano. “Se cada um não fizer a sua parte, a situação tende a piorar”.
Entre as obras citadas pelo diretor da Caesb está a construção do subsistema do Bananal, reservatório que terá capacidade para fornecer água a cerca de 170 mil moradores do Plano Piloto, Cruzeiro e Lago Norte. As máquinas devem começar a operação nos próximos dias, e o investimento será de R$ 20 milhões.
Edição: Raquel Flores