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27/01/2024 às 15:30, atualizado em 27/01/2024 às 16:39
Os três tipos estão disponíveis na rede pública e são usados em diferentes situações, como triagem, confirmação do caso e notificação epidemiológica
Com o crescimento de casos de dengue no Distrito Federal, a rede pública de saúde intensificou a testagem para diagnóstico da doença. Por dia, uma média de 600 testes rápidos estão sendo feitos. O exame é usado nas unidades básicas de saúde (UBSs) e tendas de acolhimento para fazer a triagem dos pacientes que apresentam sintomas, mas não reúnem todos os sinais da dengue clássica, que são febre, mal-estar, dor no corpo, dor atrás dos olhos, dor nas articulações, náusea e vômito.
“Fazemos o teste rápido para que possamos fechar o diagnóstico clínico do paciente que não tem os sintomas clássicos. Ele tem que ser feito do primeiro ao nono dia de sintoma”, conta a enfermeira da UBS 2 de Ceilândia, Raquelini Campoe. “Essa é uma forma de conseguirmos adiantar o tratamento e os exames [de notificação] para casos que ainda estão no início dos sintomas”, completa.
O teste rápido é feito a partir da coleta do sangue, que é colocado em um tubo, onde o material é homogeneizado e depois aplicado no dispositivo de teste. O resultado é detectado após 15 minutos. Uma barra significa que o exame foi feito com sucesso, mas não foi identificado o reagente. A positividade para a doença ocorre quando aparecem duas barras.
Em caso positivo, é efetuada a notificação do caso à Secretaria de Saúde (SES-DF) e a solicitação da realização dos exames RT-PCR e sorologia Elisa IgM, responsáveis pela confirmação do diagnóstico para dengue com identificação do sorotipo no caso do PCR, além da avaliação de zika vírus e chikungunya, para fins epidemiológicos.
Esses testes são analisados no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) a partir da amostra de sangue colhida na Atenção Primária. “Aqui no Lacen temos essas duas metodologias diferentes da utilizada nas UBSs. Lá o trabalho acontece rápido. Aqui trabalhamos com o PCR que identifica o vírus e a sorologia que avalia a produção de anticorpos. Esses resultados são enviados para o Ministério da Saúde para fazer o mapa de controle da dengue”, conta a diretora do Lacen-DF, Grasiela Araújo da Silva. Os resultados podem sair em até cinco dias úteis.
Acompanhamento
Em situações de positividade para a doença, na própria UBS ainda são feitos outros dois exames complementares: hemograma e dosagem de enzimas hepáticas. “O paciente que é atendido aqui tem o acompanhamento todo. Ele não fica perambulando pelos serviços da rede. A UBS é a porta de entrada e todo o fluxo é estabelecido na Atenção Básica. Há o suporte da Atenção Secundária para os casos que necessitam realmente de hospitalização. Mas a maioria dos casos de dengue conseguem ser atendidos na [Atenção] Primária”, esclarece a profissional da saúde.
O porteiro Cícero dos Santos Silva, 64 anos, foi até a UBS sentindo dores no corpo e fraqueza. “Desde segunda-feira eu estava sentindo sintomas. Onde eu moro está tendo muitos casos de dengue”, diz. Ele fez o teste rápido, que deu negativo. Mesmo assim, a equipe de saúde não descartou o diagnóstico. “Não exclui a possibilidade de ser dengue. Serão colhidos os exames de laboratório para confirmar”, informa a enfermeira Raquelini Campoe.
Qualquer pessoa que tenha sintomas deve procurar atendimento médico. Todas as 176 UBSs estão mobilizadas para o acolhimento de pacientes. Também há nove tendas instaladas nas regiões administrativas com maior incidência de casos.