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04/12/2016 às 10:41, atualizado em 08/12/2016 às 14:14
Há um ano, governo intensificou ações e criou uma sala de gerenciamento para combater focos do mosquito, além de monitorar casos de dengue, chikungunya e zika vírus
A força-tarefa de combate ao Aedes aegypti vistoriou 1.738.621 imóveis desde que foi criada pelo governo de Brasília, em dezembro de 2015. Nesse período, as operações encontraram nas casas visitadas 24.447 focos do mosquito transmissor de dengue, da chikungunya, do zika vírus e, mais recente, da febre do mayaro.
A caçada valeu a pena porque a quantidade de focos de transmissão diminuiu no Distrito Federal. Os números estão registrados na sala de situação ― espaço, no quartel do Comando-Geral do Corpo de Bombeiros Militar, que reúne representantes de órgãos do governo local, com o objetivo de coordenar as ações contra o inseto.
Dezembro do ano passado foi o mês com o maior número de ocorrências de focos do mosquito encontrados nas vistorias, na comparação com os períodos seguintes. Do total de aproximados 24 mil criadouros, 13,7 mil são relativos a dezembro.
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Para a tenente do Corpo de Bombeiros Daniela Ferreira, envolvida com a força-tarefa, essa concentração em um mês pode ser explicada como um resultado das ações contra o mosquito feitas pelo governo. “Depois que as vistorias se tornaram semanais, e com a articulação para conscientizar a população, a quantidade de focos diminuiu.”
Ela afirma que a expectativa para o próximo ano é que a organização seja mantida para que as ações continuem de forma intensificada.
Além da sala para controlar a quantidade de criadouros, o governo apostou em novos equipamentos para enfrentar o Aedes aegypti. De acordo com Petrônio Lopes, gerente de Vigilância Ambiental e Ações de Campo, da Secretaria de Saúde, uma das aquisições foi o Bacillus Thuringensis Israelense (BTI) ― composto biológico que elimina pragas sem contaminar o ser humano.
Desde janeiro, veículos pulverizadores de inseticida, os fumacês, passaram por 573 mil imóveis. Profissionais da vigilância ambiental também aplicaram o veneno dentro de 3.072 domicílios. Ainda foram feitas visitas a 4,7 mil pontos estratégicos ― locais que tendem a ter mais criadouros, como floriculturas, borracharias e cemitérios.
As ações foram intensificadas principalmente em manejo ambiental para diminuir os casos no próximo anoPetrônio Lopes, gerente de Vigilância Ambiental e Ações de Campodireita
A partir de maio, a vigilância instalou 1.239 armadilhas. Segundo Lopes, os equipamentos dificultam a proliferação de larvas e foram colocados em hospitais, escolas e órgãos públicos. “As ações foram intensificadas principalmente em manejo ambiental para diminuir os casos no próximo ano”, justifica o gerente.
A febre do mayaro é uma doença infecciosa aguda, transmitida pela picada do Aedes aegypti. Por ser similar a outras viroses e permitir a melhora sem tratamento, raramente é diagnosticada. Segundo a Secretaria de Saúde, até o momento, não há registro da doença no DF.
Parte dos pacientes pode apresentar queixa de artralgia (dor nas articulações) intensa, acompanhada ou não de edema. A lesão pode ser incapacitante e durar meses. Mas normalmente o paciente se recupera em uma ou duas semanas.
Mayaro e chikungunya pertencem à família dos alfavírus. Por serem relacionados antigenicamente (capacidade de produção dos mesmos anticorpos), podem ocorrer reações cruzadas em seu diagnóstico.
A doença começou a ser registrada pelo Ministério da Saúde neste ano. De acordo com o informativo epidemiológico divulgado pelo órgão federal em 25 de novembro, 70 pessoas tiveram a febre mayaro confirmada. Delas, 60 são de Goiás, 9 do Tocantins e uma do Pará.
Edição: Vannildo Mendes