24/01/2017 às 13:26, atualizado em 24/01/2017 às 13:28

Emater estimula manejo de irrigação e uso consciente da água na área rural

Equipes de assistência técnica orientam produtores do Núcleo Rural Rio Preto, em Planaltina, a controlar o consumo de recursos hídricos e melhorar a produtividade

Por Maryna Lacerda, da Agência Brasília

Em tempos de restrição hídrica, o correto manejo da irrigação nas propriedades rurais pode melhorar o aproveitamento da água e também a produtividade das culturas. Uma forma de controle é por meio do acompanhamento do nível de umidade do solo em cada estágio de desenvolvimento da planta. O procedimento é feito pelos produtores do Núcleo Rural Rio Preto, em Planaltina, em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF).

Em julho do ano passado, Francisco Daniel Cesário da Silva eriu ao monitoramento de irrigação para o cultivo de pimentões

Em julho de 2016, Francisco Daniel Cesário da Silva aderiu ao monitoramento de irrigação para o cultivo de pimentões. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

Irrigar apenas na quantidade necessária para a cultura melhorou também a resposta à adubação. “Passei de uma produção de 300 caixas por mil pés para 600, e só irrigo quando vou adubar, de três em três dias, a depender da época”, conta. Antes do manejo, ele repetia a operação todos os dias. “Diminuí o gasto com água, porque só irrigo durante 25 minutos, e o custo com material, pois adubo menos”, explica.

A redução no uso do agrotóxico também é evidente, de acordo com o produtor. Como a planta fica mais resistente, a aplicação de defensivos agrícolas pode ser reduzida. “No caso do pimentão, eu aplicava quatro vezes por semana. Agora, é só uma vez”, detalha o agricultor. Ele já expandiu o manejo para as lavouras de berinjela, pepino, jiló, pimenta-de-cheiro, feijão-de-corda e abóbora.

Sistema também se aplica a grandes áreas

Para lavouras de feijão ou soja, que demandam áreas grandes de produção, a técnica é uma alternativa para minimizar os impactos da redução da vazão retirada no período da seca, como ocorreu em 2016. “Nas grandes propriedades não tem excesso. O problema é a falta d’água”, explica Eduardo Damásio, também agrônomo da Emater.

O monitoramento é imprescindível para o melhor aproveitamento da janela de irrigação a que os produtores têm direito. “Pelo rodízio, pode acontecer de uma área ser irrigada em um dia e, contando o tempo que o pivô leva para passar por toda a lavoura, só receber água cinco dias depois”, explica. Dependendo da cultura, isso pode ser fatal. “O manejo nos ajuda a definir a lâmina de água conforme o estágio de crescimento e como a planta responde às medidas”, destaca Damásio.

O trabalho de assistência técnica da Emater com os produtores vai ser intensificado a partir de maio, após a produção atual ser colhida. A orientação inclui também adequações na cultura. “Vou ter que mudar o tipo de cultivo, escolher plantas com ciclo menor, entrar com a safrinha”, cita o agricultor Edson Carlos Agnes, 47 anos.

Os escritórios da Emater oferecem orientação aos produtores de todo o DF sobre manejo de irrigação. Para isso, são oferecidos cursos e seminários sobre o tema periodicamente. Para saber mais, os agricultores podem procurar a unidade do órgão mais próxima.

Edição: Vannildo Mendes