16/03/2017 às 14:44, atualizado em 16/03/2017 às 17:29

11ª Feira Internacional de Artesanato será de 14 a 23 de abril

Tradicional em Brasília, a Finnar reunirá profissionais do exterior e de diversas partes do Brasil, como Zaqueu Vitor, morador do DF, que participou do lançamento nesta quinta (16) na Torre de TV

Por Samira Pádua, da Agência Brasília

Mais de 700 artesãos de 20 unidades da Federação e de 15 países vão participar da 11ª edição da tradicional Feira Internacional de Artesanato (Finnar). Neste ano, o evento será de 14 a 23 de abril, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães.

Além de estandes para comercializar produtos, a programação inclui palestras, oficinas e apresentações culturais. O lançamento ocorreu na manhã desta quinta-feira (16), no mezanino da Torre de TV.

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A mostra, que em 2016 recebeu mais de 100 mil visitantes, de acordo com a organização, faz parte do calendário oficial de Brasília. “É um evento que sempre leva muita gente ao Centro de Convenções, abre espaço para os artesãos de Brasília e ainda tem a possibilidade de promover intercâmbio com artesãos de outras unidades federativas e até de outros países”, destacou o secretário adjunto de Turismo, Jaime Recena.

O governo de Brasília apoia a iniciativa por meio da Secretaria do Esporte, Turismo e Lazer. Além de conceder espaço para o evento, a pasta dará oportunidade aos profissionais cadastrados para comercializar produtos na feira. “A Finnar é uma vitrine do artesanato brasileiro”, ressaltou uma das organizadoras, Hilda Alves.

Artesãos homenageados

A cerimônia de lançamento da Finnar contou com a participação de artesãos, entre eles, Zaqueu Gomes Vitor, de 54 anos. Sentado em uma cadeira feita com materiais como correntes de moto, pastilhas de freio e rodas, ele falou do sentimento em ser um dos seis homenageados desta edição.

“Me sinto honrado, agradecido. A gente trabalha com arte porque gosta, tem prazer”, disse o morador do Guará, ao lado da peça que levou cerca de 35 dias para concluir: um Dom Quixote sentado lendo um livro.

Questionado sobre a harmonia do trabalho, que traz peças semelhantes, ele respondeu que é mais difícil. Mas destacou: “Gosto de trabalhar com a simetria e de fazer coisas para fazer a diferença”.

A peça, contou Zaqueu, já participou de eventos literários. O peitoral foi feito com tanque de moto, e o chapéu, com disco de arado e diferencial de carro. A cadeira colocada ao lado serve para ajudar aqueles que veem a obra e querem tirar foto.

Outro homenageado nesta 11ª edição é Antonio do Socorro Santos Serejo, mais conhecido como Tião Piauí. Nascido no Maranhão e morador do DF há quase três décadas, ele produz desde bolsas, tapetes e luminárias a pufes, mesas e camas. A matéria-prima vem de plantas, entre elas, carnaúba, taboa e palha da costa.

Neste ano, os artigos produzidos por ele farão parte da decoração da Finnar. “É muito bom, gratificante”, resumiu o artesão de 46 anos, ao dizer, orgulhoso, que este será um dos quatro eventos em que participará somente em dois meses (março e abril), no DF.

Quem também esteve no lançamento da feira e será outro homenageado foi o artesão Marlon Maia, de 50 anos, morador da Cidade Ocidental, em Goiás. A matéria-prima de peças utilitárias e decorativas por ele trabalhadas é a madeira. Nascido em Barreiras (BA), ele contou que o artesanato faz parte de sua vida desde criança. Atualmente, fornece peças para uma empresa em São Paulo, que as revende.

“Boa parte do que ganho hoje é para plantar árvores”, destacou Marlon. Ele afirmou que refloresta o local de 12 hectares onde vive. “É a minha colaboração para combater o aquecimento global.”

O artesanato em Brasília

De acordo com a Secretaria Adjunta de Turismo, o artesanato de Brasília é o quinto do País em número de artesãos cadastrados. No ano passado, 751 novas carteiras de artesão foram emitidas e 544, renovadas.

Desde abril de 2015, 2.258 se credenciaram na secretaria. Hoje, ao todo, são 9.169. Ter o documento em dia é requisito para participação em eventos apoiados ou promovidos pelo governo de Brasília.

Em 2016, dos profissionais credenciados, 1.689 atuaram em 98 iniciativas, comercializando cerca de R$ 935 mil, além dos valores de encomendas feitas individualmente.

Edição: Raquel Flores