24/03/2017 às 15:09, atualizado em 24/03/2017 às 20:46

Arquivo Público do DF recebe acervo da bailarina Asta-Rose Alcaíde

Ela foi expoente na cena cultural de Brasília e trouxe para a cidade espetáculos de ópera. Material foi doado nesta sexta (24) pela família, representada por Silvia de Oliveira, sobrinha da artista

Por Maryna Lacerda, da Agência Brasília

O acervo da bailarina Asta-Rose Alcaíde passou aos cuidados do Arquivo Público do Distrito Federal nesta sexta-feira (24). O material doado pela família da artista inclui fotos, cartazes de peças e documentos que comprovam as atividades por ela desenvolvidas como assessora cultural da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília e diretora artística da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro.

O material doado será analisado, tratado, e colocado a disposição do público.

O material doado será analisado, tratado e colocado à disposição do público. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Em seguida, os registros são separados de acordo com a área — se pessoal, profissional ou familiar. Para que seja mais fácil recuperar algum item de pesquisa, é feita a descrição de cada componente. Por fim, elabora-se um instrumento de pesquisa para acesso pelos interessados.

Quem foi Asta-Rose Alcaíde

Nascida em Joinville (SC), em 20 de maio de 1922, Asta-Rose Alcaíde mudou-se para Brasília em 1975, a convite da Embaixada dos Estados Unidos para atuar como conselheira cultural.

Dois anos depois, fundou a Associação Ópera de Brasília, com o objetivo de fortalecer a divulgação e a produção de espetáculos na cidade. Foi a responsável por criar o cenário e o figurino de peças como Ópera Carmina Burana, Carmen e A Flauta Mágica. Presidiu a associação de 1984 a 2010.

A experiência como bailarina — ela integrou o corpo de baile do Teatro Municipal de São Paulo — e a admiração pela música lírica deram-lhe reconhecimento internacional. Ela também apresentou-se em teatros no Brasil e em companhia do marido percorreu países da América do Sul.

Foi casada com o tenor Tomás Alcaíde, de Portugal, país onde morou antes de chegar a Brasília. Em 20 de novembro de 2016, sofreu um acidente vascular cerebral e morreu dez dias depois.

A atuação de Asta-Rose foi essencial para a consolidação da cena cultural do DF, de acordo com a gerente de Divulgação do Arquivo Público, Cleice Menezes. “A partir do momento em que temos uma figura que atuou tanto para a área, devemos manter a memória preservada não só por ela, mas pelas atividades que desempenhou.”

Edição: Marina Mercante