02/04/2017 às 09:46, atualizado em 05/04/2017 às 17:14

Palhaçaria em hospitais alivia tensão de pacientes crônicos

Com recursos do FAC, o grupo Sagrado Riso distrai especialmente crianças, como Vinicius Belizário, de 9 anos, que se trata há oito meses de leucemia

Por Cibele Moreira, da Agência Brasília

Diferentemente do publicado antes, o nome da psicóloga citada na matéria é Liliane, e não Lilian

De nariz vermelho e com roupas coloridas, os palhaços Piaba Frita e Bocó transformam a rotina do Hospital da Criança de Brasília José de Alencar em um grande picadeiro.

A psicóloga do Hospital da Criança de Brasília José de Alencar, Lilian Naves Lopes

A psicóloga Liliane Naves Lopes. Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

A psicóloga Lilian conta que, quando o procedimento é muito longo e exaustivo, os pais se reconfortam por meio dos filhos. “É como se, de repente, em algum momento aquilo não existisse. O tratamento sai de cena, e assume a figura do palhaço ou do músico.”

Para o ator Gabriel Gonçalves, o palhaço Bocó do grupo Sagrado Riso, “promover sorrisos em um lugar onde se é puxado para baixo é uma experiência gratificante”. Ele acrescenta: “Ver a galera sorrindo e, quando você vai embora, ouvir que querem de novo alegra a gente.”

O projeto Sagrado Riso

As ações em hospitais fazem parte das atividades do curso Profissão Palhaço, organizado pelo coletivo Sagrado Riso em novembro de 2016. De 400 inscritos, que passaram por uma seleção minuciosa, oito artistas foram escolhidos para compor o elenco oficial do circo-teatro.

Os aprovados passaram por uma capacitação para aprofundar as técnicas de palhaçaria. O processo incluiu também um estágio probatório, em que os integrantes testaram — e aprenderam — a utilizar a arte clown em ambiente hospitalar.

“Aprendemos princípios básicos de higienização e como utilizar isso em cena, como passar o álcool em gel. Não pode ser uma coisa cotidiana, então brincamos com isso”, exemplifica Lorena Alves de Oliveira, conhecida pelo nome artístico de Lorena Aloli ou Piaba Frita.

Para a atriz, é sempre um aprendizado trabalhar palhaçaria hospitalar. “Exige muita sensibilidade para saber lidar com improviso. Às vezes eles [os pacientes] têm dor, então é preciso ter muito jogo de cintura.” E ensina: “Tem que ter amor, senão não flui.”

Edição: Raquel Flores