14/04/2017 às 09:52, atualizado em 14/04/2017 às 09:55

Mais de 4,3 mil fitoterápicos foram produzidos na rede pública do DF neste ano

Para fabricar remédios, equipe da Farmácia Viva usa plantas nativas e estrangeiras, como guaco e babosa. Saiba como e onde obter esses medicamentos

Por Cibele Moreira, da Agência Brasília

Com eficácia atestada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os fitoterápicos têm ganhado destaque nas unidades básicas de saúde do Distrito Federal. No primeiro trimestre de 2017, 4.366 medicamentos extraídos de plantas foram fabricados pela Farmácia Viva, unidade da Secretaria de Saúde.

Carro-chefe na Farmácia Viva, o guaco é o que tem mais saída. Aproximadamente 15 mil medicamentos extraídos dessa erva foram produzidos no ano passado

Medicamentos extraídos do guaco são os que têm mais procura. Aproximadamente 15 mil foram produzidos em 2016. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

“O projeto atende com o xarope de guaco há mais de 20 anos. É o medicamento mais tradicional da rede. Usada como expectorante em gripe e resfriado com formação de catarro, a planta também serve como auxiliar no tratamento de asma”, explica o chefe da Farmácia Viva, Nilton Luz Neto.

Para quem é diabético e não pode consumir açúcar, a farmácia produz medicamentos em forma de chá. A solução vem em saquinhos artesanais que o paciente dissolve em água fervente, filtra e toma ao longo do dia.

Vantagens da erva-baleeira

Encontrada em todo o território brasileiro, a erva-baleeira é o segundo vegetal mais utilizado na produção de fitoterápicos da Farmácia Viva. Em 2016, foram fabricadas 4.161 unidades em gel do fármaco.

De acordo com Neto, a necessidade dos fitoterápicos já é perceptível na rede pública. “Temos medicamentos feitos de plantas com funções que não temos em fármacos sintéticos”, explica. Um bom exemplo é o gel de baleeira, encontrado como prioridade para tratamentos de uso tópico em casos de queda, luxação, tendinite e artrite.

Em algumas unidades, o gel é auxiliar nas seções de fisioterapia com ultrassom. Segundo o chefe da Farmácia Viva, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) já usufrui da erva para o processo de reabilitação dos profissionais da rede. Esse é o único tratamento voltado apenas para servidores.

Outras plantas usadas pela Farmácia Viva

Muito encontrado nos quintais brasileiros, o boldo aparece em terceiro lugar, com 2.348 tinturas fabricadas no ano passado. O medicamento é indicado para distúrbios digestivos. Na mesma linha, a tintura de funcho é uma alternativa para gases estomacais.

Os fitoterápicos produzidos pela Farmácia Viva são entregues mediante receita prescrita pelos médicos das unidades básicas de saúde

Já o gel de alecrim-pimenta é indicado para infecções causadas por fungo e bactéria na pele. Como auxiliar na cicatrização de feridas, há ainda a pomada ou o gel de confrei e o de babosa.

As plantas são cultivadas de forma orgânica na própria Farmácia Viva e nos terrenos do Complexo Penitenciário da Papuda e do Centro Nacional de Recursos Genéticos, parceiros do projeto.

Após a colheita, elas são selecionadas, secadas em estufa e trituradas até se transformarem em pó. Com esse material, é feita a extração da tintura. A exceção é a babosa, usada fresca para produção do gel cicatrizante.

Como obter os medicamentos da Farmácia Viva

Os fitoterápicos produzidos pela Farmácia Viva são entregues mediante receita prescrita pelos médicos das unidades básicas de saúde.

Os remédios podem ser obtidos em 20 locais diferentes, em 12 regiões administrativas: Brazlândia, Candangolândia, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Recanto das Emas, Riacho Fundo I, Riacho Fundo II, Samambaia, São Sebastião, Sobradinho e Taguatinga.

Os interessados podem entrar em contato diretamente com as unidades para confirmar se o serviço está disponível.

Outro trabalho feito pela Farmácia Viva são as oficinas educativas sobre plantas medicinais, que ocorrem conforme demanda dos pacientes nas unidades de saúde. Os farmacêuticos levam mudas das plantas e orientam a população sobre o uso e o cultivo.

 

Unidades de saúde que oferecem fitoterápicos no DF

Brazlândia

Centro de Saúde nº 1

Quadras 6/8, Setor Norte

Telefone: (61) 3391-1533 e 3391-1649

 

Candangolândia

Centro de Saúde nº 1

Entrequadra 3/5, Área Especial

Telefone: (61) 3301-6221 e 3301-5444

 

Gama

Centro de Saúde nº 2

Quadra 11, Área Especial, Setor Sul

Telefone: (61) 3556-5678 e 3556-5424

Centro de Saúde n° 5

Setor Central, Quadra 38, Área Especial

Telefone: (61) 3556-6478 e 3556-5111

 

Guará

Centro de Saúde nº 1

QE 6, Área Especial B, Guará I

Telefone: (61) 3567-0510

Centro de Saúde n° 3

QE 38, Área Especial, Guará II

Telefone: (61) 3301-8398 e 3301-1995

 

Núcleo Bandeirante

Centro de Saúde nº 2

Terceira Avenida, Área Especial

Telefone: (61) 3552-0086

 

Recanto das Emas

Centro de Saúde nº 2

Quadra 102, Área Especial

Telefone: (61) 3334-1659

Clínica da Família nº 2

Quadra 308, Área Especial

Telefone: (61) 3331-2822

 

Samambaia

Centro de Saúde nº 2

QR 611

Telefone: (61) 3359-1001 e 3359-6444

Centro de Saúde nº 3

QR 429

Telefone: (61) 3359-5500

Centro de Saúde nº 4

QR 512

Telefone: (61) 3357-5897

 

São Sebastião

Posto de Saúde da Família

BR-251, km 34, Colônia Agrícola Nova Betânia

 

Sobradinho II

Centro de Saúde n° 3

AR 13, Conjunto 7, Lote 1

Telefone: (61) 3485-6775

 

Riacho Fundo I

Centro de Saúde n° 3

QN 7 Área Especial 9

Telefone: (61) 3399-2031 e 3399-8403

 

Riacho Fundo II

Centro de Saúde n° 4

QN 1 Área Especial 1, Conjunto 32

Telefone: (61) 3399-0491

 

Taguatinga

Centro de Saúde nº 4

QNC A/E, Lote 16

Telefone: (61) 3563-6913 e 3561-1310

Centro de Saúde nº 5

Setor D Sul, Área Especial 23

Telefone: (61) 3561-2072 e 3563-5548

Edição: Marina Mercante