19/04/2017 às 19:43, atualizado em 20/04/2017 às 09:36

Terracap avaliará modelo de exploração econômica para o Mané Garrincha

Balanço patrimonial de 2016 da Agência de Desenvolvimento do DF atestou prejuízo de R$ 1,36 bilhão com a construção do estádio, que ocorreu na gestão passada

Por Gabriela Moll, da Agência Brasília

O balanço patrimonial da Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap) referente a 2016 atestou um prejuízo de R$ 1,36 bilhão com a construção do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Os dados foram aprovados pelo Conselho de Administração da empresa pública nessa terça-feira (18).

Na ocasião, também foram avaliadas a reclassificação dos imóveis da companhia. O balanço total, que considera o prejuízo da arena, ficou em R$ 254,5 milhões. O custo da obra, calculado em 2014 (a inauguração ocorreu em 2013), foi de R$ 1,575 bilhão — dinheiro da empresa destinado a investimentos.

[Olho texto='”Agora estamos saneando as contas da casa para avaliarmos as melhores condições de crescimento”‘ assinatura=”Júlio César Reis, presidente da Terracapdireita

De acordo com o presidente da agência, Júlio César Reis, o recurso foi aplicado à época sem a proposta de um modelo de exploração econômica que permitisse à Terracap saber quanto isso traria de retorno à empresa.

“Agora estamos saneando as contas da casa para avaliarmos as melhores condições de crescimento”, diz Reis.

Em 2016, para atender a uma exigência legal, a empresa fez o teste de imparidade, que avalia o potencial de lucro baseado no valor da obra e considera as condições atuais e a vida útil do patrimônio — no caso do Mané Garrincha, é de cem anos. Com a depreciação do estádio, o valor apontado pelo teste é de R$ 171,9 milhões para os próximos 96 anos (descontados os quatro desde a inauguração).

Para atenuar o prejuízo e melhorar a capacidade de uso da arena, a Terracap trabalha na licitação da parceria público-privada (PPP) ou concessão do Arenaplex, complexo formado por: Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, Ginásio Nilson Nelson, Complexo Aquático Cláudio Coutinho e as quadras poliesportivas perto desses três empreendimentos. O edital está previsto para julho.

O presidente da agência reforça que a experiência da iniciativa privada poderia transformar o local em referência para grandes eventos, além de aumentar o potencial econômico. “Nosso intuito é que o equipamento possa servir melhor a população, trazendo para Brasília uma maior quantidade e qualidade de eventos culturais e esportivos”, estima Reis.

Segundo a Terracap, todas as informações foram enviadas ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, ao Tribunal de Contas do Distrito Federal e à Controladoria-Geral do Distrito Federal.

Nesta quarta-feira (19), o governo de Brasília anunciou a criação do Grupo de Ações Integradas de Controle (Gaic), que acompanhará as denúncias sobre possíveis irregularidades na construção do estádio e de outras três obras: Sistema BRT Sul, do Centro Administrativo e Condomínio Jardins Mangueiral.

Edição: Raquel Flores