12/07/2017 às 19:09

Brasília teve deflação pela terceira vez no ano em junho

Tanto o IPCA quanto o INPC indicaram redução nos preços para os brasilienses. Só as frutas tiveram variação positiva

Por Vinícius Brandão, da Agência Brasília

Brasília apresentou inflação negativa pela terceira vez em 2017, em junho. A variação nos gastos da população teve queda em relação a maio tanto no Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), de -0,22%, quanto no Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC), -0,21%. Os meses de fevereiro e março já haviam apresentado deflação.

Os dados foram levantados em 13 capitais pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e analisados pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan). Eles foram divulgados nesta quarta-feira (12), na sede da empresa pública.

Nas duas aferições, Brasília acompanhou a deflação verificada também nas outras capitais pesquisadas pelo IBGE. A apresentação dos dados, feita pela gerente de Contas e Estudos Setoriais da Codeplan, Clarissa Jahns, mostra que a queda se deu devido à redução de preços nos setores de Alimentação e Bebida e de Transporte.

“Juntos, esses setores têm peso de cerca de 45% no gasto das pessoas”, explicou a gerente. A gasolina, com variação de -4,45, puxou para baixo o gasto com transporte. Quanto aos alimentos, junho registrou uma acomodação de preços depois de dois meses em alta.

A gasolina, com variação de -4,45%, puxou o gasto com transporte para baixo. Os alimentos registraram acomodação de preços após dois meses de altaesquerda

Segundo Clarissa, a Petrobrás fez realinhamento dos combustíveis para baixo este ano. “Quando o Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] interveio em alguns postos de gasolina no DF, Brasília teve uma queda ainda maior nos preços.”

O IPCA mede a inflação de um conjunto de produtos e serviços no varejo, referentes ao consumo pessoal das famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos. Já o INPC avalia o consumo de famílias com renda de um a cinco salários mínimos.

Índice Ceasa registrou aumento puxado pelas frutas

Apesar da deflação na cidade e no País, o setor de frutas (com aumento de 3,04% nos preços em relação a maio) fez com que o Índice Ceasa do DF (ICDF) tivesse variação positiva (0,06%).

Os outros setores analisados pelo índice, de legumes (-7,26%), verduras (-3,63%) e grãos e ovos (-0,18%), apresentaram deflação. O levantamento é feito pela Centrais de Abastecimento do DF (Ceasa).

Coube ao chefe da Seção de Estatística da Ceasa, Fernando Nogueira, dar as explicações. “Esse setor é muito pesado para a análise, e algumas frutas em especial, que têm um peso maior nas ponderações, apresentaram esse viés de aumento”, justificou.

Segundo Nogueira, o limão (43,46%), a manga (23,37%) e o mamão (21,48%) foram as principais causas da forte elevação de preços do setor em junho em relação a maio.

O economista também explicou que, embora o frio intenso tenha afetado a produção, a Festa do Morango, prevista para setembro, está garantida devido aos cuidados especiais na qualidade da plantação e no uso racional de água frente à crise hídrica.

Edição: Vannildo Mendes