27/08/2017 às 09:38, atualizado em 28/08/2017 às 10:06

Escola da Natureza fortalece consciência sustentável em alunos da rede pública 

Referência em educação ambiental, unidade no Parque da Cidade atende 340 crianças com atividades como plantio, reciclagem e estudos sobre a água e o Cerrado

Por Gabriela Moll, da Agência Brasília

​Munidas de ​pás e adubo, as pequenas mãos preparam a terra para receber a nova muda. Enquanto uns trazem os vasos e outros os enterram, há aqueles que irrigam as espécies recém-semeadas. “As plantas são lindas e me trazem alívio, um sentimento de paz”, define Yasmin Ribeiro, de 11 anos, enquanto passeia pela horta.

A aluna do 6º ano do Centro de Ensino Fundamental 2, Maria Danielly Oliveira Pereira, de 11 anos.

A aluna do 6º ano do Centro de Ensino Fundamental 2 Maria Danielly Oliveira Pereira, de 11 anos. Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

Para integrar os estudantes ainda mais ao Cerrado, a professora da turma, Analice Dellepiane, apresentou-lhes a castanha de baru, mas conta que varia com outras espécies, como o pequi, o jatobá e o xixá. “A maioria desconhece os produtos, que são tão comuns à nossa vegetação, mas provam e gostam.”

Unidade atende alunos dos 6º e 7º anos de seis escolas

Criada em 1996 com o objetivo de envolver a comunidade escolar da rede pública de ensino com as questões ambientais, a Escola da Natureza é o Centro de Referência em Educação Ambiental da Secretaria de Educação, vinculada à Coordenação Regional de Ensino do Plano Piloto.

A unidade atende as escolas de acordo com a necessidade prevista no plano pedagógico de cada uma. Em 2017, são alunos dos 6º e 7º anos de seis Centros de Ensino Fundamental (CEFs) de turno integral: CEF 4 Norte, CEF 4 de Brasília, CEF 2 de Brasília, CEF 1 do Lago Norte, CEF 1 do Cruzeiro e CEF Athos Bulcão, no Cruzeiro.

Na Escola da Natureza, as ações são baseadas em cinco grandes temas e suas pluralidades: Cerrado, consumo consciente, crise hídrica, energia e biodiversidade.

A diretora da unidade, Renata Potolski Lafetá, ressalta que os ensinamentos são baseados no respeito a todas as formas de vida, o agente transformador do olhar e das atitudes dos estudantes.

[Olho texto='”É fundamental para a vida dos alunos entender como eles estão envolvidos com o meio ambiente para que eles consigam ser a transformação dentro de casa, do universo de cada um, além de se perceberem como cidadãos, seres vivos”‘ assinatura=”Renata Potolski Lafetá, diretora da Escola da Naturezaesquerda

“É fundamental para a vida dos alunos entender como eles estão envolvidos com o meio ambiente para que eles consigam ser a transformação dentro de casa, do universo de cada um, além de se perceberem como cidadãos, seres vivos”, reforça a diretora.

A capacidade do local é de 75 estudantes por período, ou 150 por dia. Os horários de atendimento são das 8 horas ao meio-dia, no matutino, e das 14 às 18 horas, no vespertino.

A educadora destaca ainda que falta visão da sociedade como um todo sobre como a educação ambiental é poderosa na construção de uma nova consciência. “Percebemos a mudança nas atitudes, no ambiente escolar, na cidadania. Em casa, eles se tornam multiplicadores do conhecimento com a família, o que também é resultado do trabalho.”

Além das iniciativas pontuais na unidade, as servidoras da Escola da Natureza atuam em parceria com professores de outras escolas na orientação sobre práticas para poupar água e fazer o reaproveitamento de materiais. Também é cedido o espaço para capacitação de educadores por meio da Escola de Aperfeiçoamento de Professores da Educação.

Para fortalecer ainda mais as ações, eles também contam com apoiadores diversos. Em 2017, cerca de dez parceiros encabeçaram atividades na unidade de ensino.

A diretora adianta que no 8º Fórum Mundial da Água, sediado em Brasília em março de 2018, a ideia é tornar a escola um ponto de visitação pública e os alunos serem protagonistas em algumas das programações durante o evento.

Edição: Paula Oliveira